segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Capa, Espada e Escudo....

Era inverno, a neve caía em flocos recobrindo ainda mais o chão, era o inverno rigoroso do norte. As patas do cavalo afundavam bastante na neve a cada passo. Quando o cavaleiro viu caído no chão um irmão de Ordem, não o reconhecia, mas em sua veste ele trazia a cruz templária em seu peito.
Desceu do Cavalo e correu até ele. O Homem jazia no chão quase congelado, mas ainda vivo. Juntou lenha para acender uma fogueira e aquecer o homem. Tirou sua própria capa e cobriu o irmão ainda desconhecido.
Eram épocas difíceis, o rei da frança Felipe, o Belo ordenara a caça aos templários. O Papa os perseguia com a inquisição e punhos de aço e o Cavaleiro havia sido mandado para o norte para que um pouco da ordem continuasse viva. Mas não esperava encontrar um irmão no caminho em meio a neve.
O Homem que jazia congelado foi recobrando a consciência aos poucos. E olhou nos olhos do cavaleiro.
Os olhos do Cavaleiro tinham pouca esperança. O seu Grão-Mestre estava para ser queimado junto ao preceptor da Normandia e ele fugindo. Não, ele queria ser queimado junto.
O Homem o fitou por um momento, percebendo a cruz no peito do cavaleiro e disse: "Meu irmão, você deve sobreviver! As poucas partes da Ordem que sobreviverem são necessárias!"
O cavaleiro deixou uma lágrima escorrer dos olhos e ao levantar a cabeça notou o ferimento nas mãos do Homem e em seu peito, bem no coração. O Homem passou a mão sangrando na neve. O Cavaleiro olhou o sangue na neve e começou a ter uma visão...
Jovens, alguns não mais que crianças, vestiam mantos também templários, com brasões no peito. Mas não usavam túnicas, trajavam calças escuras e blusas brancas e em seu pescoço uma faixa negra que pendia até a cintura. Falavam sobre fraternidade, companheirismo, lealdade, fidelidade aos ideais, sobre amor ao próximo, caridade, amor filial, pureza de pensameto e coração, falavam sobre todos os ideais templários, aqueles jovens mantinham viva as chamas do Templo.
As lágrimas do Cavaleiro se tornaram lágrimas de felicidade! A Ordem viveria! Através de Jovens!
Mas notou que o Homem parado na estrada com túnica templária falecera...
Cavou um túmulo e o enterrou ali perto, não havendo cruz ou lápide, fincou sua própria espada na Terra marcando o Local.
E seguiu em seu cavalo, triste pela morte de mais um irmão, mas feliz pela consciência de que a Ordem e seus Ideais nunca morreriam.
Mais a frente foi parado por Ladrões. Estava sem sua espada para se defender. Um deles atirou uma flecha. A Morte vinha para o cavaleiro. Um Grande Clarão espantou os Ladrões e quase cegou o cavaleiro. Quando a luz diminuiu viu o Homem que estava na estrada e que ele havia enterrado, trajando uma túnica branca, a barba comprida, o ferimento das mãos estava tbm nos pés descalços e usava uma coroa de espinhos.
Desceu do cavalo e se ajoelhou. o Homem botou a mão em sua cabeça e em outro clarão sumiu. Lembrou da História de São Martinho e Orou.
Ao Levantar os olhos viu no lugar onde estava o homem, sua espada. Levantou-se, pegou a espada e seguiu viagem.
Portando em seu coração o que acontecera e a certeza de seus Ideais.
A importância da Fraternidade, do Companheirismo e da Caridade.

"Não a nós Senhor! Não a Nós! Senão a Ti seja dada toda Glória!"

Um comentário:

  1. Não importa se estamos batalhando em Jerusalem, se estamos perigrinando nas montanhas gélidas no norte, ou se estamos na fogueira, na frança, a quarta a vela é aquela que nunca se apaga!

    Que sejamos capazes de honrar os ensinamentos templários que nos foram herdados!

    Non nobis...

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